Brevíssima Crítica à Crítica da Hermenêutica de maior Descontinuidade Inter-testamental

(Por Ícaro Alencar)

Uma crítica à não interpretação de símbolos, alegorias e tipologias apenas é válida para o literalismo cego. Ocorre que uma interpretação literal (basicamente uma hermenêutica de maior descontinuidade intertestamental) não nega tipologias, símbolos e alegorias; ela apenas insiste que tais figuras não são “literalistas”, mas símbolos que apontam para verdades, coisas, pessoas e fatos literais.

O risco jaz no que eu chamaria de “paralaxe hermenêutica” a qual consiste num uso indevido dos símbolos apresentados numa porção bíblica como subterfúgios para o deslocamento do sentido literal de maior descontinuidade intertestamental para um outro sentido “mais profundo, imediato, dialético e espiritual”, que substitui o sentido literal significado pelo símbolo, figura ou tipologia.

Considerando que existem dois métodos de interpretação da Bíblia: o alegórico e o literal, temos certeza que nenhum adepto do método alegórico desejaria que sua interpretações alegóricas fossem consideradas de forma alegórica por nós, mas que as considerássemos na sua forma literal. Assim, já está exposto o erro de uma interpretação alegórica da Bíblia no fato de que nenhum intérprete da escola alegórica deseja ser interpretado alegoricamente.

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